Em 2018 ficamos na expectativa de um possível confronto entre Bragantino x Atlético-AC, valendo uma vaga para a Série B de 2019. Por várias rodadas, esse era o cenário que se avizinhava. Mas a equipe do Acre acabou perdendo a liderança do grupo nas últimas rodadas, e acabou enfrentando o Cuiabá nas quartas de final. A equipe mato-grossense subiu, e restou ao Atlético ficar mais um ano na terceira divisão nacional.
Se no ano passado a missão de ver o Atlético já era difícil, em 2019 ficou ainda mais com nenhum clube paulista no terceiro nível nacional. A única solução seria jogar o clube acriano para o Grupo B, e assim enfrentar o Volta Redonda. Pois assim a CBF fez. O grupo A ficou só com as equipes do Nordeste, e o Grupo B com as outras regiões do país. O Atlético não só enfrentaria o Volta Redonda, como faria o confronto logo na estreia da Série C.
Passei dias e dias esperando uma definição da CBF sobre a data exata do jogo. O dinheiro já estava guardado. Restava saber se seria num sábado, ou num domingo. Duas semanas antes do jogo, veio a definição: 27/04, às 16h, no Estádio Raulino de Oliveira. Durante a semana conversei com Mario e Rodrigo de irmos juntos. Rodrigo, que mora na capital fluminense, confirmou primeiro. Na quinta-feira, comprei minhas passagens e a do Mario, e aí veio uma surpresa: o ônibus de volta para São Paulo sairia de Volta Redonda às 23h30. Teríamos que esperar por um bom tempo.
Chegava o grande dia. Mario e eu saímos de São Paulo às 8h, e fizemos apenas uma parada em Resende. Chegamos por volta das 13h, e lá encontramos Rodrigo e Romualdo. A rodoviária é bem próxima do estádio, e fizemos o percurso por cerca de 10 minutos. Depois de dar uma volta completa pelo estádio, encontramos um portão aberto, onde torcedores da Esquadrão da Vila, do Volta Redonda, organizavam um churrasco. Todos eles na faixa dos 60 anos. Solícitos e bem humorados, nos receberam da melhor maneira. Não faltaram boas risadas e histórias sobre o Volta Redonda.
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| Junto com os torcedores da torcida Esquadrão da Vila, antes da partida. |
Depois do churrasco com os torcedores veteranos, entramos no Raulino de Oliveira. Lá dentro conhecemos Carlos e Rodrigo, pai e filho respectivamente, da torcida Febre Amarela. Carlos deu uma camisa da torcida para o Mario, enquanto Rodrigo, Romualdo, e eu compramos uma. No momento do início da partida, a Charanga do Fubá começou a incentivar o Volta Redonda, e animar os torcedores presentes. O primeiro tempo ficou marcado pela maior posse de bola do Atlético, as poucas chances de gol do Volta Redonda, e pelas lambanças do árbitro assistente Francisco Chaves Bezerra Junior.
Mas no segundo tempo, a sorte mudou de lado. Mesmo com o Atlético criando boas chances de gol, foi o Volta Redonda quem conseguiu balançar as redes. Luciano Naninho abriu o placar aos 16 minutos. Aos 39 minutos, o mesmo Luciano Naninho chutou cruzado, João Feliz tentou desviar a bola, e a mandou para própria meta. 2 a 0 Voltaço. Nos acréscimos, Núbio Flávio marcou de pênalti o terceiro gol, fechando a partida em 3 a 0, e assim garantindo os três primeiros pontos da equipe do Sul Fluminense.
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| Com Carlos e Rodrigo, da Febre Amarela, e outro torcedor que ajudou com sua buzina |
Após o jogo, fomos ao shopping próximo da rodoviária onde demos uma volta e comemos um lanche. Depois na rodoviária, aguardamos na sala vip. Rodrigo e Romualdo voltaram para o Rio de Janeiro às 20h30. Já Mario e eu esperamos por mais três horas, entre conversas, vendo os gols da rodada, e um gole e outro de água. 10 minutos depois do previsto, chega o ônibus na rodoviária, e depois de cinco horas de viagem, chegamos no Tietê. Às 5h30, cheguei em casa. Exatas 24 horas depois de ter acordado para começar tudo isso. Sem dúvidas a viagem mais insana da minha vida.




